terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Quando eu estava tensa no trabalho, abstratamente tensa, eu penso, na vida como um todo, o lado esquerdo do meu rosto começou a adormecer! Antes disso, minha pálpebra às vezes tremia, involuntariamente, mas isso não me assustava tanto quanto a sensação de dormência.
Não lembro se nessa época existia mais alguém no meu trabalho.. acho que sim, mas não a ponto d'eu falar sobre o meu medo de morrer assim.
Nesse dia, Duda foi almoçar comigo e eu contei pra ela - eu já confiava na Duda. Falando, parece que os medos ganham oxigênio e se espalham, ficando maiores e mais poderosos. E assim aumentei o bicho de um jeito que atravessei a rua de volta pro trabalho achando ser a última vez, e quando me despedi da Duda, há poucos metros da entrada do Tribunal, tive pânico de cair ali, mortinha, e, não sendo reconhecida por ninguém que passava, ser enterrada como indigente. Medo é assim.
Fui direto pro Serviço Médico, abatida. Por sorte fui atendida por uma médica mais louca do que eu, que, mesmo me conhecendo há tempos, fez cara de interrogação e aplicou o sigilo médico à própria paciente - eu: não me disse uma palavra e me recomendou procurar um neurologista.
É assim que um maluco acalma outro, não há grandes explicações, mas se eu fosse antropóloga ou estudiosa de coisas assim, montava direitinho essa tese. Pesquisa, teoria e observação.
Voltando. Fui ficando mais calma e falei pra mais-louca-que-eu que eu iria viajar, se podia procurar o médico na volta. Ela disse que sim, com a mesma cara de cu. Depois não me disse mais nada.
Dias depois - agora tenho certeza, já havia mais alguém lá - falei dos meus sintomas ao colega de trabalho. E logo depois que entendi o caminho que eles faziam em mim, indo do psicológico para o físico, relaxei e eles passaram quase totalmente.
Ainda não fui ao neuro, estou de licença do trabalho porque não aguento trabalhar sozinha naquele lugar. E atualmente não conheço terreno mais árido do que o do amor que não pode ser vivido.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente: terreno árido é o do amor que não pode ser vivido. Sentimentos silenciosos e solitários não são prazerosos, pois a melhor parte que é compartilhar de coisas simples como um café ou um final de tarde no SOHO( nosso restaurante apartir de domingo)não acontecem.
    O amor é um sentimento tão lindo e intenso, transborda a alma e portanto, tem obrigatoriamente que ser vivido.

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