terça-feira, 26 de abril de 2016

tchibum!



Alegria!

De manhã ele chamou

À tarde, na hora que eu amo estar e ser,
Meu corpo foi tocado com expressão, aroma de cuidado

E eu sinto, através dele, o significado da palavra expressa na pele: Alegria!

Desde que nos separamos, eu sigo por obstinação, não por finalidade;
excesso de continuidade, teimosia

Mas hoje pude perceber que acabar antes do tempo
é melhor que ficar lá depois que finda, por acomodação, por conforto,
ou por medo do resto

Há ainda o desejo de honrar a Ancestralidade,
afinco pela Alegria é por mim e por muitas, por todas

Há dias que deito meu corpo em saudade

Há dias que arrumo a mala e viajo,
saudade me chama,
vou

domingo, 17 de abril de 2016

cerimônia


Quando o amor não for suficiente para todas as perdas que teremos,
Dizer adeus e partir.

Só sei disso agora,
que sonhei tantas vezes tantas coisas,
explicações intuitivas sobre como nos comportamos, e porque ser assim

Como não sou de duvidar do amor,
do seu tanto ou da sua cor,
depois ainda só direi adeus quando essa for a única alternativa,
pra salvar a minha vida,
e partir seja o único caminho,
a única direção, como foi.

Quero outras, busco outras

Esses dias olhei a imensidão,
uma árvore me chamou e me convidou a sentar junto dela,
não sozinha.
Nos deu a benção, escutou eu te pedir perdão e ser perdoada,
ouviu dentro do meu coração eu te perdoar.

Em silêncio nos olhamos,
mãos dadas,
mais uma despedida.


A árvore,
minha guardiã,
minha mãe-mulher-companheira ficou lá,
eu prometi que contaria essa história pra ti.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

carta para alice


andava com os olhos salgados.
fechava-os para o todo que tinha às vistas, tantas possibilidades
evitava o toque.
só enxergava o perdido;
o tempo carregara
e ela, agarrando vento, era pretensão e cegueira

hoje de manhã mudou a direção,
enxugou os olhos.
se dá conta da infinidade de formas possíveis para o seu corpo,
sua arte,
sua existência.

* até respirar tem cores! *
Me levou pra passear de ônibus.
Estava mais bonita, assim, disposta a se iluminar de vida.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

paixão


No repuxo das coisas simples,
andar na rua,
molhar as plantas,
deixar de sofrer.

Sinto falta de um cigarro
Embora não saiba nem queira fumar
Sinto falta de querer.
Não sinto falta de saber.

A garganta arranha palavra que não se diz.
E seca, com as outras, desnecessárias.
Inverto desejos - ao menos não sou mais adepta a sacrifícios.

Se fico aqui, amor, é porque ainda não encontrei a saída.
Mas sei que há,
e que vou achá-la.

Busca de coração não é desperdício.