sábado, 30 de julho de 2011

Muitas



Foi ontem pela manhã que percebi que estava apaixonada!

Lembrei, no corpo, aquele impulso sorridente que já conheci algumas vezes. Uma certa vitalidade brincante, o olhar iluminado, e a sensação - em formato de certeza! - de que eu posso tudo, inclusive o impossível.

Do momento que tirei o carro do estacionamento do supermercado, marcha ré, até aplicar a 2ª, eu já sabia de tudo! Quer dizer, quase tudo. Porque ainda preciso descobrir, no meio dessa e de outras multidões que atravessam as ruas, por quem estou apaixonada.

Porque, diferente do que poderia dar a entender esse meu momento, não é somente pela vida que mexe colorido meu coração. Também não foi somente meu reflexo no vidro do carro quem me inspirou. Estou mesmo apaixonada por alguém só ainda não sei quem é!

Enquanto isso, como não sou amiga íntima da ansiedade, vou seguindo tranquila.. sempre que posso, com uma mochila e um sorriso no rosto!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Festim



Não.
Não quero partilhar seus medos.
Tenho os meus.
Sei quase sempre a forma de acomodá-los na minha coragem.
Não os cultivo, os suporto

Na minha horta,
alegria, cores, e abusos de sorrisos.
Só quero bater as pernas de tesão; os dentes, antes de achar o edredones

Não assisto Jornal Nacional. Nem Globo Repórter.
Meus sonhos são outros!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

O Passeio



Depois de liquidificador, móveis, roupas, panelas,
não me cabe mais desejar de ti um doce.
Chamei hoje de 'caminho viciado', esse espaço que há entre pessoas que compartilharam coisas demais, por tempo demais, mas nem sempre da melhor forma, ou o melhor de si. Então não me pertence hoje o melhor sorriso, o plano de viagem, o convite para o show. Olho pro homem que é você, pros homens que você pode ser, e sorrio com a ironia.

Retomo certas zonas de prazer que antes não tinha ânimo para acessar. Minhas paredes são brancas, mas vou me cobrindo de acessórios coloridos!



Sem recursos para novas panelas, móveis e roupas,
me ofereço o doce mais simples.
Espero do outro porque precisamos do olhar do outro sobre o nosso desejo. Mas hoje é hora de reconhecer meu vazio e meu cheio, minha falta e minha completude, meu cheiro, meu amargo.

Tenho noite e tenho dia. Às vezes dificulto para mim, mas tenho me propiciado bem mais afagos que castigos. Estou arrumando a minha casa para depois sair para passear. Movimento ainda involuntário, tenho preferido as janelas às portas. Talvez anseie por algo que salte, que pule, que venha pelos ares, de outros espaços. Sinto que não vou abrir a porta para que entres, mas que te receberei, de surpresa, pela amplitude de uma janela.

Minha história é uma história de amor. Disso eu sei.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

furtando verdades



Uma vez derramei nos seus olhos chá de ervas com gotas de amor. Não chorou, pois as tais tão pequeninas águas embelezaram ainda mais o seu olhar.

Despejei, tempos depois, aromas vermelhos no seu corpo nu. Foi o homem mais inundado em perfume que beijei. E tudo cheirava junto: sexo, desejo, carinho, afago, cabelos, língua, passado, hoje e depois.

Nem pensava que esqueceria o tremor da sua língua em mim algum dia. E chegou, esqueci.

Às vezes cometo palavras como se fossem verdades. Às vezes são. Mas não desse mundo. São pedaços recolhidos e esticados, embebidos na textura dos sonhos. Como os mantras, que se rezam para conseguir. Mas também podem ser cartas, sem remetente expresso, passando por mim no raspão, querendo ser verdade mais ali adiante. Às vezes são!

Nesse mundo, preciso escrever para não perder o propósito do chá derramado. Sorver esse amor até a última quentura. Preparar a minha vida para a janela aberta que se delicia ao passar por mim.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

um tolo sorriso de quem nada quer

o meu você de hoje em dia não existe!

estou prestes a abrir a janela, e, à minha frente, não mais um espelho esbanjando meus sentimentos.
de frente pros outros, poderei enxergar e escrever diretamente sobre eles. Não mais eles através de mim.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

o homem da minha vida (para Dri)



Sou parte do meu futuro.
Vou experimentando. Vendo, lendo, escrevendo, sorrindo.
Sou bêbada num mundo engraçado de pessoas bem vestidas e com aparente coerência. Uso chinelos e bermuda. Não me preocupo se não entendem, consigo bancar meu estilo!
Se exagero, é pouco. E não ligo mais se sou menos do que a medida. Não meço igual.
Uma vida, 42 anos, para assimilar que não meço igual!
Uau! Que visto roupa diferente. Que escrevo por outros poros.

Comer a 1ª pedra oferecida e quebrar os dentes não é melhor nem pior que a tenra carne do amor. Só é diferente. Conservo meus dentes, não por cautela, mas por prazer. Você se veste do frio e vai embora. Não tenho saudade. Saudade tenhos dos meus amigos. Dos olhos deles, do braço de beijo quando abraço, da ternura ao me construírem numa estante, aceitando meu rosa poema.



Resisto enfim, na peleja do hoje com o amanhã, em amar o que sei que a mim não serve mais. Que é joia e brilho para outras saias maquiadas de luxúria, mas que para meu short jeans surrado não serve mais.. Beijo meu homem na boca. Estou me completando. Visto suas roupas. Ele veste as minhas. Ele habita meu coração, quando chegar.. Mas as chaves da minha casa e do meu carro, ficam na minha bolsa!