terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sou um homem que não sei ainda ser. Fiz uma risca no chão, e posso passar assim que souber. Mas ainda não. Muros a tijolar e cimentar, para depois escalar e só então estar do outro lado. Depois de ter aprendido tudo isso é que piso além da minha margem, no limite de começar o outro e o mundo.

E porque me arrisco a não ser mais o que hoje soube até agora? Faço pelo tudo, pelo que estava antes d'eu nascer. O que já tive e não percebi todo, e, por não perceber, doidocegotortodesacostumadoetonto, nem aproveitar nem inspirar.
É pelo amor de uma mulher que estou indo, à espreita, espera e procura pra ser outro.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

pretexto

Pra começar, nem sexo ruim nem filme americano!
Cinema francês e um beijo que eu ainda não sei dar. Não batizo mais teus gostos e palavras como meus.
É o tempo de deixar de ser normal e voltar a ser eu mesma!

Então quero sonhar, porque é um dos meus passatempos preferidos. Já vivi de realidade, já comi realidade, já vesti realidade. Quero mudar meu guarda-roupa, meu cardápio, minha atitude: quero aproximar o sonho da minha cozinha e sala de cinema. Se posso fazer do meu jeito, posso amar do meu jeito.

Fazer nada juntos, e bem longe do normal.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

de notícias sobre o nada: feliz aniversário!


Nem tudo que a gente sabe, a gente sabe tudo.


Acho que a gente fica sabendo uma parte daquilo que se interessa. Nunca o todo, mas saímos do nada.

Atenção: o nada também é bem gostoso, até mesmo das coisas que adoramos

Porque, se a gente parte – e fica! – no nada, a gente deixa mais tempo e espaço para o sentir sobre, o querer, intuir, amar.. só, por simples gosto e ignorância sincera



Tem dias que eu sorrio mais pras coisas que eu não sei.. é tão bom não saber o que a ‘veja’ tá vendendo, o que o ‘jornal nacional’ tá noticiando, o que a fofoca tá comentando – de mim e de todos os outros..

Reparem, toda vez que a gente não sabe de alguma coisa, a gente sorri! Pode ser por vergonha, por culpa, por nervoso, por timidez.. Eu sorrio porque fico orgulhosa de mim, se não sei, não tenho compromisso com a resposta certa, a última palavra, o melhor parecer; e, por outra via, me desligo e não sofro com essa falta intelectual, objetiva, concreta.. reafirmo o que sou: distraidamente abstrata!



sábado, 19 de novembro de 2011

fortaleza fala assim


No princípio nos amávamos
e só


Não sei se idade (21), ou se arrebatamento construído
era suficiente o amor

Com ele, liberdade
sexo
boa quantidade de sorrisos
sonhos de viagens
direito à poesia, a pão e à preguiça - a 2!


Fiz a mala, minha vida dentro dela
e fui dessarumá-la ao seu lado.



Flora e Teodoro foram ao mar, aos cinemas com pipoca salgada e raspas de coco
à nudez do quarto-e-sala

à paixão que faz filhos e se esquece do que mais é necessário..
Só era amor.

domingo, 13 de novembro de 2011

um quarto de vida



Nada
Nem o lamento
Nem o prazer ainda
Sem sofreguidão,
Sem esquecimento,
Sem peleja,
Sem derrota

Na presença, esperança
Cores céleres me procurando
Dias calmos,
Dias corrosivos
Noites dançando um som diferente, uma valsa rápida, um rock lento

Tenho uma infinidade minúscula de coisas sem importância para fazer..
E é como gosto, coisas sem importância me fazem mais leve e mais apta para a vida
Grafitando uma parede escondida,
Conversando com a jabuticaba que acaba de aparecer no meu jardim (!)
Acariciando Raul – le chat!
Acendendo vela, incenso, música & poesia

Um dia de sol depois de tantos dias de chuva
Esse silêncio de passarinho que a minha casa tem
Sou eu, descobrindo quem sou eu

domingo, 6 de novembro de 2011

se é que me entendes

Dia de silêncio.
Quanto tempo mais sozinha, não sei.
Quantos dias mais cheirando surpresa, não sei.
Quantas vezes mais provocando o próprio desejo, não sei.

Perceba as possibilidades vagas que o silêncio arrasta.
Mire no impossível ao mirar a pele e eleger o homem.
Mas não tenho pegada homem, e só partilho letra no nome do cigarro apertado. Meu olho não abre para o sentimento, minha perna ainda não sabe abrir sem falar de amor. (ainda).

E que mulher é essa que sobrevive assim, sem homem a lhe preencher buracos? Não sei. Não sei que mulher louca de normalidade sou eu.
Não é sublimado, apenas espera. Aguarda conciliar a ordem do desejo com a da oportunidade. Da vontade com a lua. Da noite com o abraço e do dia com o beijo.

Façam-se das minhas vontades as suas! Da minha comida a sua fome. Do meu tesão a sua solução!