domingo, 31 de janeiro de 2016

feita noite


Todos os indícios, todos os canais, não te farei
O que ainda somos nós, o que há nas entrelinhas?

Mais nada, meu amor, mais nada
Entretanto, o que há na pele exala e eu sinto o cheiro,
sinto o cansaço,
e sinto como é difícil nunca despedir-se, o ente querido que não se encontra o corpo, e o ritual se perde na ausência do simbólico.

Queria um adeus nominado,
que se encontrasse,
olho no olho,
com o amor.

Que dissesse ‘não dá mais’, e chorássemos juntas a importância de partir.
Procuro isso nas cartas, no trajeto até o ônibus, na viagem de férias.. não há
A loucura da vida é não saber no que vai dar


Boa noite, meu amor (ainda que seja tão longe)

sábado, 30 de janeiro de 2016

feita tarô..


Hoje o dia floresceu
Eu floresci
No tempo e universo das minhas próprias revelações,
um sussurro positivo da Imperatriz
Ao tocar em amor, eis que é uma Mulher quem anuncia as boas novas
Um amor feminino, criativo, cuidadoso, afetuoso

Se meu corpo tem as marcas que escolhi e outras de lembranças,
elas contam a minha história, repasso-as e no passo reconheço as trilhas
Andei para chegar onde estou
Enfeito a minha lua, desarrumo velhas ideias
e recolho-me em alegria pois já lá vem, de a-braços com A eremita, o amor!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

por vozes internas

O menino mais lindo para quem abro minha casa e meu coração hoje me visitou.
Se mais perto, seria uma paixão.
Se mais longe, saudade.
Do nosso jeito, amor - em mim.

Oscilamos o que somos, entre uma e outra.
Eu escuto, e com voz escondida em minha história atual, falo.
Falo muito pro que as cordas estão disponíveis, falo muito também pra quem sou.
Mas não esvazio, como acontece às vezes. Me repreencho com a presença, com o silêncio, ar compartilhado, chá & café.
Ele também fala. Mas eu acho que não sei nada daquilo; presto atenção com amor, mas a viagem parece ser escutar outras linguagens.
Talvez os cachos do cabelo, ou os olhos quando desiste dos óculos.
O passo, o sorriso.
A voz quando embirra nas dificuldades com a 'classe média'.

Somos uma esperança nova, mas ele não sabe.
Renovamos a carcaça do mundo com o nosso amor, mas ele galhofa.

- Volta, esqueci do abraço na saída. E de uma foto nossa.
Fica pra nós os 'noves fora' e outros mistérios.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Que bom!

Fico por aqui olhando o tempo.
Manhã à noite, um tempo de escuta.
Se dá vontade – dá pouco – vejo a rua de perto.
Ou a rua de longe, beem longe, como outro continente.


Mas depois de alguns outros tempos olhando entre olhos e águas a dor,
a despedida,
o fim,
o desespero,
o chão tão perto,
o mundo tão longe,
as noites tão longas.. hoje chegou e eu fico de pé.


Fico de pé e alongando a alma avisto que não há planos.
Não há projetos.
Não há lista, ou promessa.
Andando pelo tempo quente,
aqui e ali suando um corpo potente e ainda empírico,
vou colhendo percepções para sonhos e viagens a outros tempos.



Tenho tempo para amar de novo.