domingo, 9 de fevereiro de 2014

a não festa

Na árvore do tempo amanheceu o domingo. De novo, meu corpo ergue o resto, ele mesmo reconstruindo-se na manhã. Decido que vou, que saio, que continuo.
Manhã de pessoas no céu de domingo. De passos, estratégias da busca e do não-encontro. Às vezes também me deparo por esses dias sem tropeçar em nada.
Correndo na orla o tempo do dia. Correndo passado, presente e o resto. Na casa vermelha, não há planos. Porque ainda não há tempo.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

lama



Não dá pra viajar toda vez que a tristeza se instala no coração de uma filha de Nanã em Sagitário

Não dá pra pedir licença no trabalho e dizer que a saudade é tanta que a cidade fica pequena e dentro de mim não tem lugar sobrando nem espaço ocupado.. não dá pra explicar pro chefe que o que falta e sobra escorrem na mesma largura e dimensão em mim

E no silêncio da repartição pública, meu coraçãozinho miudinho reparte-se em sôfregos sussurros.. quando você receber uma mensagem minha, saiba que é um suspiro o que eu quero pronunciar, mas as teclas desse meu celular arcaico/moderno não captam essa distância que a minha alma hoje trilha

Não dá pra sair daqui, assim como não dá pra estar em outro lugar. O confinamento de uma dor sem nome, de um amor ferido, de uma vida passando, é um bilhete único, fecho os olhos, e, nesses dias, aquela mesma paisagem que só sabe me consolar dizendo.. ‘vai passar’..