segunda-feira, 30 de setembro de 2013

festejos

O que diremos aos nosso filhos sobre a Primavera de 2013?

Quando o futuro nos alcançar o hoje,
Ainda quero
Querer sonhar

sábado, 21 de setembro de 2013

reentrâncias


e esse cheiro que é uma postagem explícita no meu corpo
que eu sinto, deito, reviro, acordo, outro sujeito!
que parece rubrica de amor na pele

(e, Dri, 'a pele é o mais profundo')

que sai da cor e escorrega
vira olfato mas não para
segue até se chamar saudade

uma fruta
um sabor entrepernas
um desejo
sorver

tem dias
tem arte
tem eu & você

domingo, 15 de setembro de 2013

tic-tac, não.. calma


Dá-me tempo para despedir-me.

Não falo de um relógio novo.
Nem um calendário com dias riscados
Preciso da delicadeza, da espera, do conforto.

Tempo para o beijo e o adeus.

Para que, com calma, com olhos, com afeto,
eu possa partir do nosso amor.
Para que em mim não fique só a dor,
mas também os bons encontros, as descobertas, as brincadeiras.

Desse jeito.
Sem o contador do tempo marcar a hora de sair.
Com meus passos leves e meu olhar amoroso.
Poderei finalmente colocar mochila/casa nas costas
e prosseguir minha trilha

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

pelo que há (etéreo e amoroso)


DENTRO.
da aquarela, do depois como agora, do prato, do vinho, da rua, da cama avulsa.
e de mim.

FORA.
da vida, do dia, das paredes-concreto, da fantasia persecutória, do roteiro.
e de mim.

são noites perambulantes, madrugadas que procuram aconchego
um gole,
uma sede,
um filme.

meu perdido.
quarta estação,
achado na rua,
no começo - julho, 02

no meio do tempo que eu não sabia mais.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

machos, fêmeas & outros objetos


Se pessoas fossem objetos.

O músico seria o violão.. melhor proveito
O poeta seria um papel
O amante.. amante!

A datilógrafa seria a máquina
A funcionária pública seria um carimbo.. com ou sem fé pública
A amante.. amante!

Não há gênero para o amor.
Nem matéria definida pelo machismo que o aprisione.
A palavra oca e rude não o submete,
prefiro certo objetos a certas pessoas!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

loteria


lambuzados, não sei que bichos eram
confundiam-se com qualquer coisa, ou lugar que não há

e se.. o fim do dia fosse o fim da vida?
nada mais depois, olhar pra trás e admirar-se.
Admirar-te

se se.. a única competência fosse o amor?
ia a garota da papelaria capacitar-se.. nos braços do moço do jardim.. nos beijos da menina que fazia cerâmica..

os raros espécimes lambiam-se,
chegando
lábios roxos,
olhos fixos-fechados,
corpos trêmulos
extenuados,
dormiram até que a consciência do outro dia lhes chegasse.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

cozinha

Os cheiros não pedem perdão.
No meu corpo, procuram às vistas.
Não sentem, não há.

Saudade ressonando
Casa no mar do Pecém
Filho na barriga, antes do mundo
Rosa que minha mãe gostava

Me espera!
Onde não pareço é que sou.
A sina de enganar, de mentir, de esconder
O custo de ir pro lado que o coração não autorizou.
Cumprido o contrato pelas letras miúdas.
Sou menor.

Não aprendo gente grande infância nenhuma.
O prazo avançando, o tempo inexistindo, e eu ali..
na beira sem cair,
no sal sem ser mar,
flutuando sem voar,
molhando sem correr pro rio

A filha que esqueceu de te chamar de mãe
Toda água, minando, segurando o jorro com a violência da palavra mal-dita.
Abecedário incoerente. Farpas de interpretação,
falhas de cognição.

Não faço. Não sinto. Não sou.
Essa sou eu.