quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Flerte

que gosto bom no corpo tem o flerte

Olhar e perceber o olhar vindo também pra cá

Descobrir telefone que já se queria dar

Mandar mensagem,
ouvir a voz,
receber um bilhete que fica grudado ‘displicente’ na porta da geladeira, no quadro de recados, no mural de cortiça

Puxar uma conversa boba.. ganhar um sorriso bobo.. ficar com cara de boba

Sugerir um café,
um cinema,
uma dança,
um passeio..
e que alegria infantil perceber que do outro lado há um sim!

Flertar é começar o desenho,
uns rabiscos de traçado torto e alegre como todo começo que ainda não se sabe, mas se quer

Como tatear espaço de conquista,
cheia de vontade,
porque também há vontade do lugar em pertencer
– meu corpo e o corpo da outra é um lugar só,
um querer que vai e vem,
de mim pra você,
você pra mim

Como beijar o beijo que não era disputa, mas desejo;
e sentir no impulso todo o futuro que não se sabe nem se quer saber.

O tempero que cheira antes da comida à mesa;
a primeira bebida que já tonta, pelo frescor da imaginação que insinua.

O flerte. É como o começo do que vai ser bom..

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