terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ritual da Lua Cheia


(águas de Belém - PA)

O Ritual era de cura, transformação e aceitação.
Entrega, gratidão e devoção.
Saí de Salvador à tarde, mochila e rodoviária.
Chegando lá, fui acolhida logo na entrada por um Eucalipto. Ele está na terra e no ar, na lembrança e no agora. Ficou comigo até quando me preparei para deixar o chão.
Espiralando na natureza, não havia um propósito específico, segui um impulso. No meio do fogo, no tempo de transformar, pedi acolhimento (à Lua) e descanso para o amor (ao Fogo).
Depois veio a Água, em chuva, banho, reza.. aceitação.
O mundo mágico soprou no meu nariz as cantigas e os ritos de uma tribo do Acre. Voltei pro chão, pra Terra, me agarrei nela. Pude ver o céu enorme de estrelas com os olhos fechados. Tive medo. Respirei. Devolvi pra terra o que não era meu. Intencionei.
Dali pra Cabana, espaço de cura. Envolvida pelo Rapé, fui silêncio profundo. Não sabia cantar, bater palma, ou gritar. Uma única palavra soube dizer: compaixão.
Depois o rio, águas de Oxum. E as ervas saudando o corpo novo.
Cheguei atendendo a um chamado interno. Consegui parar de fugir da Lua, acolher em mim o seu poder, a sua força. Busco paz, solução que só eu posso me dar. Com os ancestrais na natureza, me reconecto.
Como Mulher Selvagem que me reconheço e sou, Sigo em frente!


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