segunda-feira, 18 de agosto de 2014

nuances


O que tinha cores fortes e traços firmes, que pintava telas enormes do tamanho do meu corpo e do meu quarto, e assinava saudade no rodapé, hoje aquarela imagens pouco nítidas, tons pasteis, presença perdida que expõe em sonhos o que não sente mais.

Sim, ainda eu. Ou em mim, a forma como esqueço, o meu jeito de rearrumar os móveis e o que sinto.

No final da temporada, marco exposição. Será uma festa, um tumulto de alegria, comemorar meus pés fincados no presente, soltar os cabelos para adiante do mundo.

Estarei viva, não há mais notícias no jornal que nos interessem mutuamente. Em mim descansará minha mãe o amor.

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