segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Se eu fosse escrever um livro..

imagem encontrada no meio da rua em Belém - PA

Não sei porque insiste em devorar os últimos pedaços do fim. Acho que não sabe findar amor. Acho que não sabe sentir quando o amor se foi. Saiu porque precisava mudar irremediavelmente pra ter sua vida de volta. Saiu pra voltar a se amar, voltar a querer bem à sua vida. Disse menos impropérios que a maioria. Sacaneou muito menos do que já foi. Traiu em medida alguma do que já fizeram com ela. Não é vítima, fez o que precisava. Agora vai embora quase todos os dias. Almas que não se dão conta de que desencarnaram ficam indo e vindo, de onde estavam pra onde deveriam estar; não entendem, não se conformam, sei lá, acho que é assim. Ela é assim também. Fica voltando, buscando o que deixou lá, há 20 anos atrás.. quer o homem que lhe trouxe de uma terra a outra, que cuidava dela por amor. Chega, volta. Bate a cara na porta, no vidro, em outro homem. Vai embora de novo. Sem raiva, sem medo, só não serve pra ela, de novo, de novo, de novo. Promete que vai desistir, sabe que quer abandonar essa causa. Noite toda sonhando, como um pesadelo sem morte ou tragédia, mas um pesadelo quando lhe diz que não é mais hora de estar ali, naquela cama sem partilha, com aquele homem diferente de quem quer pra deitar com ela, um homem que não a quer, não sabe se a quer, não diz que a quer.

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