terça-feira, 13 de setembro de 2011

mulher separarando-se


não sei do que se trata esse sentimento tardio de amor.
nunca amei mais ninguém além de mim.
desde a infância, fui tão somente vestida por essas vestes frágeis de importar-se com os outros, ou querer sentir-se amada. Não são minhas roupas de nascença!
sou feita de costuras egoístas. não penso em mais ninguém. não me importo com dores alheias. olho somente pra mim, e só a mim vejo. não há outra recordação de importância. sou eu. Eu sou só eu.
cresci estranhando a compaixão, o interesse por outras pessoas, o altruísmo. de igual espanto, lidar com a amizade, o amor sensual, ou o fraternal. não tenho pai, não tenho mãe. cedo entendi o papel de todos, inclusive o meu. É claro, quanto mais jovem, mais se sabe! eu sabia como sair dos esgotos, como entrar no sol, como ir ao céu e ao cinema, onde eram os substerrâneos e as alturas colossais.
sinto fome, sede, necessidades e privações. só nunca reparei se havia coração entre aquelas mãos que me alimentavam, me supriam. nunca os alcancei, ou lembrei de perguntar

sou o que dizem ou pensam que sou. pouco discordo, pois não me interesso.
somente essa mancha azeda no meu corpo hoje de manhã. tudo aqui no mesmo lugar, e eu com essa dor cortando todos os rasgos numa pele frágil. nunca quis ninguém por perto demais e no entanto choro deseperada a tua partida.
Não é humano! Nada do que me ensinaram. Dor que praticamente me conduz, sou agora um portão se fechando, mulheres chorando, pranto saudade pranto saudade
vá embora. você não pode me ver assim

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