sexta-feira, 17 de maio de 2013
fineza
Num papel que diverge
derreto o meu sorriso
Da chuva fina, a solitude
Do fogo, queima-se o entendimento
Mas sou também sugestões, sugiro-me.
Escapo-me trecho de música, pedaço de poesia: Marina Lima no canto do espelho, sereia nua do meu sonho homem-mulher.
Erótica essa sensação de sermos sexo em pensamento. Pois estou só e a minha Lua nem sei qual foi.
Uma parafernália entre ideias, sugestões e ilusões. Minha propriedade vai da (minha) cabeça aos (meus) pés. Muitos quilômetros diluídos na estrada, poeira do pensamento, caminho que até cansa, mas não desisto. Esse é o único território pertencente. O resto é coração e coração é andarilho, nômade e não tem rota de domínio.
Folha fina não quer me dar limite. Quer me dar leveza. Vento amarrado à memória.
História de amor não fala só de nós dois.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
não sou caça

(da Ana, da maison)
Comprei uma mesa no bar.
Primeiro eu era muito muito solitária e o isolamento me vestia
Depois comecei a ficar saidinha, saia curta e sorriso besta
Aí saí cantarolando, passeando, me vivendo, me achando
Até o dia em que comprei a mesa que já falei!
Vieram umas pessoas. Amigos. Fiquei de cara em conhecer esse tipo tão especial de gente: os amigos!
Depois, uma vez uma cadeira vazia, outros tipos. Amigos dos amigos que eram amigos também!
Botei toalha de chita colorida, bancos junto às cadeiras. Fui sendo..
Mas fui sendo cada vez mais eu. De outros lugares de mim, mais de mim.
Chinelos, cabelos, olhares. Gosto mais de abraçar os corações.
E chegou a brincadeira da poesia, e do amor que nasce aqui!
Toco então quem quero, pego a mochila e volto pra casa
Às vezes não é pra ser muito, e nem naquela hora.. às vezes é só pra olhar um pouco e ir embora.
Comprei uma mesa no bar.
Mas faz tempo que não vou lá..
segunda-feira, 29 de abril de 2013
memória
certos dias me perco de mim
em certos dias - infelizmente os mesmos - perco o mapa que me leva alegremente até a minha casa
são nesses dias também que perco a vontade
perco a esperança
perco dinheiro
perco o sorriso
perco os fiapos de ligação com outras pessoas
então peço: não se aproxima, chave
às vezes não peço, sem força, e acabo machucando
ferindo
maltratando
marcando com dor desnecessário cabimento
tudo no outro, assim em mim
me deito e me destruo
nesse apelo largo de adormecer para o outro dia acordar em mim
sem analgésico, durmo pra me esquecer
pra essa dor perdida achar outro rumo e me deixar
pra que não doa, durmo
hoje acordei e ainda era hoje
puxa!
em certos dias - infelizmente os mesmos - perco o mapa que me leva alegremente até a minha casa
são nesses dias também que perco a vontade
perco a esperança
perco dinheiro
perco o sorriso
perco os fiapos de ligação com outras pessoas
então peço: não se aproxima, chave
às vezes não peço, sem força, e acabo machucando
ferindo
maltratando
marcando com dor desnecessário cabimento
tudo no outro, assim em mim
me deito e me destruo
nesse apelo largo de adormecer para o outro dia acordar em mim
sem analgésico, durmo pra me esquecer
pra essa dor perdida achar outro rumo e me deixar
pra que não doa, durmo
hoje acordei e ainda era hoje
puxa!
domingo, 28 de abril de 2013
para dançar, chuva!
e toda vez que chove,
me removo de onde estou (esmalte de unha)
e começo tudo de novo
água, água, água
mas outra,
molhada por novas ideias
outros espantos
novas esperanças
quero molhar a foto
a casa
e a casca do corpo que habito
quero entender,
- e o amor me diz que primordial é vivenciar
é!
e toda a confusão
e desafio dessas profissões insolúveis,
1. labirinto de amor e culpa, a maternidade
professo amor, incendeio culpa
o mundo, esse meu sem dono, me des-aprende muito
vou indo,
depois reajunto ou desorganizo
a dança
me removo de onde estou (esmalte de unha)
e começo tudo de novo
água, água, água
mas outra,
molhada por novas ideias
outros espantos
novas esperanças
quero molhar a foto
a casa
e a casca do corpo que habito
quero entender,
- e o amor me diz que primordial é vivenciar
é!
e toda a confusão
e desafio dessas profissões insolúveis,
1. labirinto de amor e culpa, a maternidade
professo amor, incendeio culpa
o mundo, esse meu sem dono, me des-aprende muito
vou indo,
depois reajunto ou desorganizo
a dança
terça-feira, 23 de abril de 2013
a fonte
poço.......................... de olhar e de silêncio
posso................ do incompleto ao tudo
desassossego,
paixão,
esquecimento
tragam-se todos.......................... sejam-me tantos...................
sábado, 20 de abril de 2013
luz do 1º olhar
Chove aqui.
A casa é coberta. Por todas as janelas, portas, vidros, a água escorre de mim. Do tempo, aquela senhora que me acompanha, desde o sonho até a cama. São os meus sentires que balançam os galhos da árvore da frente, e a rede enfeitada de amor.
A casa plantou um jardim na minha vida. Fez também uma farmacinha pra curar meu medo de viver. A casa me protege, me desnuda, me guarda e me joga na rua.
Quando chove aqui, parecemos chorar juntas a alegria do chão.
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...
chuva
casa
alma
coração
segunda-feira, 8 de abril de 2013
aparências - cordel dos curiosos, pergunta-me o amor
esse lugar que é tão nosso e tão fugaz foi
nesse mundo que é só meu. tão só meu
(por todas as mentiras, olhares, sufoca a vontade de saber. pra que saber?)
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