domingo, 13 de setembro de 2015

biografia


Sou uma pessoa que não sai muito de si para confiar na outra. Isso se apresenta na forma de desinteresse pela outra, ou melhor, desinteresso-me que a outra saiba de mim. Minha vida passa a ser irrelevante para a outra, dispensável que ela saiba de mim.. e, ainda que queira num belo dia, pra ser diferente, falar.. me faltam na hora assuntos ou forma de abordar. Assunto rápido, do tipo corriqueiro ou superficialmente banal pra falar em 1º pessoa. (..e como as pessoas geralmente preferem falar que ouvir..)

Acho que isso é des confiança. Será?! Pareço que não confio às outras o meu silêncio, as minhas palavras, os meus assuntos, as minhas ideias, o meu “tesouro” guardado e escondido dentro de mim.

De tempos perdidos em tempos achados, encontro alguém. Alguém em quem confiar, com quem me sinto bem e à vontade pra partilhar. Alguém que quer me escutar, com quem falo e não me sinto sugada, esvaziada; com quem quero estar, não canso no meio do trajeto, embora não seja o objetivo chegar. Geralmente alguém por quem me apaixono, com ou sem sexo. E como se parece com encontros antigos, velhas conhecidas de tempos remotos, vidas remotas..

O que há de tão escondido em mim que não pode ser sabido pelas outras?
O que há de tão secreto?
Porque a outra é tão perigosa?
Porque não confio?
Soberba ou medo?
Proteção?

Qual pedra trinca meu vidro?

Parece mais um esconderijo que lugar consagrado. Parece mais angustiante que vaidade. Aprendi a ficar só. Aprendi o silêncio como seguro. Confiar, só depois de certa observação, e com pistas que me levem ao antigo. Olhar que me diga o improvável. Certa fenda de um mundo para outro.

Tantas rotas, pra tão poucos encontros. Quantidade não será a minha marca.
Sei que do amor sou um lugar, uma sujeita, um trajeto.
e amor pode tudo, até confiar




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