terça-feira, 11 de agosto de 2015

ventos fortes anunciam: deixar ir é ir-se!



O tempo cai lá fora
Lá.
Venta muito no Rio Vermelho, e eu lembro com reverência da força da Deusa Iansã. Do tudo de vermelho que eu respiro dela, subjetivamente. Dos raios e trovões que ela invoca. Dos ventos.
Digo que tenho medo de vento forte assim. Essa ordem de comando vinda dos céus, quebrando as árvores do meu ancoradouro, destruindo a estabilidade dos espaços. Desafiando, destruindo, derrubando.
De outro modo, daqui do meu castelo prestes a ruir, por um a dois copos a menos de fragilidade e tristeza a poderosa Mulher dança a transformação no meu tablado improvisado: tudo que nasce, morre! Dedicar vida à morte.. ela não dança assim!
Há muito o amor se foi. Eu me perco em passados, odes ao passado. O vento irrita-se com a insistência, deixar partir também é amar.

Uma noite sonhei que, do céu, atravessava-se entre mim e o meu mundo algo de muito forte.. e destruía tudo. Sobravam eu e uma criança. Sem impérios, paredes ou proteções. Eu segurava a criança e, aliviada, saía andando com ela pelo novo mundo, sem o peso do tempo ou das conquistas passadas.

Iansã guie esse desmonte! Estou entregue à sua força (mesmo com medo, rs).

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