domingo, 3 de abril de 2011

Recontando



Todos esses cheiros ausentes, um pouco de cada ano
E todos os seus contornos, saudade
Fazendo burburinho em silêncio.
Fui ao cinema, assistir-me.
Uma pessoa que duvida, noutra que se apaixona, e por quem escolhe viver?

Mãe, estou no filme!!! Semana passada, eu era uma mulher aos 42 que decide ser livre. E liberdade é um trejeito que veste cada um a seu jeito
Hoje, fui outra que quis estar antes no lugar que estava agora, no tronco de um homem que amava.. mas que, cronologicamente, conheceu primeiro a mãe dos seus 2 filhos. Fui a mãe também, bem mais explosiva que eu.

Na saída, de volta, voltou-me aquela sensação de linha embolada que tenho mastigado nos últimos tempos. Enroscou-me no carro, no trajeto, asfalto, nós, ar condicionado & vidro fechado, emaranhado. Pessoas também se misturam em caixa de costura.. é preciso ter paciência para equacionar quem é quem. Um pouco de tempo também, que as pessoas hoje não querem mais gastar, penduram a conta consumindo mais um

Coragem eu tenho! Nem preciso provar, ou buscar argumentos.. tenho, é só!

E construo emoções enquanto tento lembrar, ou esquecer. As coisas (palavras, intenções, pessoas) todas são muito parecidas, por isso gosto de olhar de perto, porque, de perto, eu consigo perceber as diferenças. E por isso também meus olhos gastaram de não usar a distância, só enxergo o longe com óculos vermelhos.

Sei hoje até onde vai o meu coração. Ele viaja pelas esquinas a pé, lembra vagamente de um passado embriagado, coze roupas para a filha alada, come acarajé como se tivesse 11 anos de idade. Penso em presenteá-lo com suspensórios, não para que se segure, mas para que se estique. E que me leve junto, graças a uma dessas leis que teoriza que o corpo deve seguir seus órgãos vitais. Acho uma bobagem acreditar nisso, mas, como sou boba, vou atrás! Amo mesmo seguir meu coração!

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