segunda-feira, 22 de novembro de 2010

dezenove vezes amor


Sempre que ela viaja, eu arrumo as malas e volto pra dentro de mim.
Pergunto a várias pessoas se é possível me mudar levando o mínimo de uma casa de tralhas que tenho. Uns dizem que sim; outros, que não vivem sem seus livros. Quero deixar o passado na casa que deixei pra trás - ainda que passado seja o maior compartimento da bagagem de viagens com despedidas - as paredes com cores escolhidas por ele; as luzes faltando porque está acabando o amor. O prazo de validade do amor que começou na cama de solteiro, no filme de Almodóvar, nas cartas e desenhos com caneta bic.

Sempre que ela volta, meu coração volta a bater com possibilidades de um coração cantante. Ela ainda não voltou.
Escuto música no rádio, por enquanto.

Um comentário:

  1. E amor tem lá prazo de validade? Acho que, como tudo que há na natureza, se transforma. Pelo menos a parte perecível do amor se transforma. Mas o amor mesmo, eu sinto assim, é algo que transcende a matéria e as dimensões. Não tem prazo de validade porque não está no tempo, hehe. Bjs

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