terça-feira, 24 de agosto de 2010



O momento de ficar
Sem muita observação ou pesar
Ficar
Sem culpa, sem maldição, sem eternidade
Ficar só, ficar com o filho
Aquietar-se, quando se quer a quietude
Sair, quando se quer o sabor da rua, da lua, da luz

Ficar,
Não por outros
E nem porque outros me querem em outro lugar
Ficar pela minha vontade,
pelo meu desejo, ficar.

Olhar coisas, gravuras, ideias, cores
Olhar por perto, por onde esteve nos últimos 10 anos e nunca – ou quase, ou há muito – não se reparava
Ficar sem estagnar-se
Ficar na boa, de boa, organizando e planejando o movimento
Sonhando com o vôo, inspirando-se como ontem, vendo UP!

Ficar, por dentro.
Sem penúria, ou pieguice, ficar por si mesma!
Porque nem todas as cores foram à festa
E o coração permite poucos passos, sem flechas, só o não-ir por opção

Fiquei, porque quis!
Porque agora não quero mais fazer o que não quero fazer
Porque chega uma hora, talvez aos 41-42 anos, que basta.. é uma boa hora pra fazer o que der vontade
Mesmo que eu não consiga toda a mobília do jeito que gostaria,
Uma rede, um banco de madeira na varanda, uma mesa no quintal e um chuveiro ao ar livre
O ar todo livre para o meu deleite, a rede balançando com o meu sorriso, no banco consertarei os meus defeitos e as minhas verdades e o café no quintal tem sabor alegre!

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