domingo, 11 de abril de 2010


Lido com o abandono day by day. Como um treinamento infeliz, tenho mania de me submeter a sofrimentos previamente.
Ou, quem sabe, esteja numa vivência de resgate constante, lidando sempre com o 1º sentimento.
Pois parece ser essa a minha única certeza: o abandono. Daí o cultivo da solidão, o isolamento, a tentativa de autosuficiência.. sequelas e estratégia para sobreviver.
Já foi mais difícil, amargo e corrosivo. Era uma autoproteção, uma armadura, que deixava todos à distância segura para mim, em gradações. Uma garota fria na verdade é uma garota assustada.

Aprendi coisas boas. A leveza, a alegria, a paciência. Também a amizade. Peu à peu, retirei as vestes nobres do isolamento e pude dar companhia à criança solitária.
Então hoje reconheço o valor da companhia, da troca. O bicho 'abandono' existe, só não se alimenta mais de forma voraz. Come pequenos bocados da minha alegria, pequenas horas dos meus dias.

Sei que há um equilíbrio. Conviver com a falta e dar-lhe sossego, mas não torná-la líder da torcida. É parte minha, mas não parte única, e, com trabalho, não parte grande.

3 comentários:

  1. às vezes me vejo muito nos seus textos. esse, por exemplo, é um que eu poderia ter escrito. mas certamente não saberia fazê-lo tão bem :)

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  2. nas contas, Paulinha, a gente precisa mesmo é aprender a lidar com os nossos 'bichos', seja qual nome tenham.. boa sorte! :)

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  3. em paris tudo fica mais fácil, até ter piriri!

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