quarta-feira, 15 de junho de 2016

sagrada falando


Quando um amor vai embora
Se ainda é uma amora quando vai
Fica o silêncio do quarto
Da festa
Da cama
Do bar

Ficam lembranças e pequenas imagens que precisam ser realocadas no corpo e no coração
Tempo, tempo, tempo
Corpas, coragens

Tudo parece fazer barulho de lágrima, de saudade..
Uma barulheira que eu não sei sentir
Fiquei só pra ninar a dor, na rede-útero que – Cearense – sempre soube que era pra estar por perto

Ido, nunca ainda mais foi achado, visto
Finda, uma presença que precisava descansar do olhar do mundo, da raiva da vida
Somos seres humanas em desfazimento e reinvenção

Travessas de sonhos que nunca viraram ruas
Tempos bem vividos, outras espalhadas pelo nunca mais adiante de cada rua prometida
Visitei outras praças, portas e portos
Às vezes lembrava, mas nunca ainda é a melhor projeção


Mas e a poesia?
Espaço onde as almas transitam
Corpos não.

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