sábado, 11 de dezembro de 2010


Um dia desses fui pra chuva.
Não chovia, mas eu fui pra saber qual'era.. fiz chover essas dores que me rondavam como trovões rondam tempestade
Aí foi guerra. Não do bem contra o mal, era mais o esquerdo sendo direito, o sim sendo não, essa mistura que às vezes faz festa na minha covardia
Fico às vezes assim. Chorando pela inconsistência da minha razão; querendo ser mais do que preciso, pois ter solução nunca foi, na minha lista de tarefas, um dos 26 primeiros itens. Sou rasa em objetivos e em saída para becos escuros.
Posso não sair de casa há muito tempo, mas não sou de me refugiar das esperas por tempo demais. Pois foi naquele dia mesmo que resolvi parar de esconder-me e revelar-me a mais apaixonada das leitoras,
ouvintes,
cantantes,
mulheres,
possíveis,
impossíveis,
sonhadoras,
viventes,
humanas,
perdidas!
Sim, fui pra chuva! Fui porque quis, sou eu mesma, de mais ninguém! Sou o próprio raio, por isso não temi ser atingida. E como sou o fogo que manda sagitário, vou sabendo que posso não ter mais volta. Quem se queima assim por palavras, do que mais sente falta é de água como essa Levei um mundo de tralhas nas costas e, me despindo, fiz uma escada por onde subi até o bem alto daquele céu todo molhado. De lá, me disseram pra voltar pro chão, que meu caminho é quase subterrâneo agora, e que, embora eu ache igual a desde sempre silêncio, o de agora é assim meio diferente, meio que menos refugiado faminto e mais companhia da tinta Estou na hora de fazer cor!

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