quinta-feira, 28 de maio de 2015
a princípio, somos muitxs
Meu amigo mora longe e eu queria muito ele aqui perto de mim.
Então meu organismo, aleatoriamente, o encontra na rua com frequência.
É engraçado, porque o encontro sabendo que não é ele..
mas me divirto com meus mecanismos de porta retratos.
Em Bologna, achei ele na estampa de uma bolsa.
Em Salvador, na fila pra comprar ingresso pro show.
Tenho amigxs boas e que estão perto, pertinho de mim..
sou grata a elxs, em certos momentos elxs me salvam a vida alegre.
Mas hoje, era bom que fosse ele mesmo ali, na linha colorida, acariciando a minha loucura.
terça-feira, 26 de maio de 2015
Sagitário soube.. - de volta!
Porte de amor
Pego meu transporte e vejo o mar.
Só quero a folia de pensar em ti sorriso
Vou de mochila pra lugarjar meu pensamento
E sonhos, bênção, e palavras
Mas isso às vezes
No todo dia, o que levo pra te ver, é amor
Visto saia colorida
Quase arrumo os cabelos
Beijo de lembrança é bom
quarta-feira, 29 de abril de 2015
lança chamas vermelho-quarta-feira
É verdade, hoje – justo hoje, logo hoje, é claro que é quarta-feira – lembrei da origem do Sorriso. Mas não consigo encontrar entre as palavras, o momento. Talvez seja uma coisa pra só ser sentida, coisa de memória fluida, não tem marco, não tem tempo.
Junto retalhinhos puídos e construo nada, para nada meu esforço pueril. Um momento de falar, uma lembrança de palavra, um correio eletrônico perdido, uma foto antiga que não mostra mais a verdade, saber que estávamos ontem tão perto (quem sabe você nem foi..)
Nunca mais tive tempo pra esses experimentos sofridos. Nunca mais quis saber como hoje. É busca como no meio da água de um papel que há muito ali foi lançado. É busca como de uma imagem que aconteceu anos atrás. É busca como para abraçar uma coisa que não se toca. É busca louca, é busca que não encontra, essa minha busca por ti.
Um gole. Não há mais palavras, nem as que diziam amor, nem as que cuspiam raiva cega. Um gole. Os retalhinhos puídos estragam meu esquecimento hoje. Um gole. Ainda quero olhar praquela foto e não me arranhar. Garganta seca. Vou conseguir. Saudade.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
perto demais
Essa noite ninguém dormiu bem
O coração só lembrava de antigas histórias para contar
Eram histórias bonitas, alegres, mas então não sabíamos mais ficar no presente.
Foi-se o tempo para as caixas, a memória para as cores, o amor para as letras.
Habitantes de mundos perdidos pulavam de dentro de nós.
Querendo espaço. Querendo guerra. Querendo amar.
Cá estamos nessa fúria dispersa, tentando amansar as feras, segurar-se em pernas, no meio de toda água violenta.
(há que ser violenta para arrastar o tempo e a lama)
Até que voltemos para os nossos lugares, o agora,
ninguém dorme bem nessa cidade.
O coração só lembrava de antigas histórias para contar
Eram histórias bonitas, alegres, mas então não sabíamos mais ficar no presente.
Foi-se o tempo para as caixas, a memória para as cores, o amor para as letras.
Habitantes de mundos perdidos pulavam de dentro de nós.
Querendo espaço. Querendo guerra. Querendo amar.
Cá estamos nessa fúria dispersa, tentando amansar as feras, segurar-se em pernas, no meio de toda água violenta.
(há que ser violenta para arrastar o tempo e a lama)
Até que voltemos para os nossos lugares, o agora,
ninguém dorme bem nessa cidade.
sábado, 18 de abril de 2015
silêncio do dia
No rumo da prosa, já vivo uns tempos sem você entre os meus assuntos públicos ou referenciais.
Menos que proibido, é que não há inserção necessária:
deixamos de ser, mesmo que meu coração ainda se confunda com isso.
Sem querer ser apressada ou negligente, venho tentando apreender outras formas de apreciar o tempo e seus passares.
Uma nova amiga me disse que o que é pra ser feito, que se faça logo!
O mesmo pro que é pra ser vivido, ou o que é pra ser deixado.
E ela estala os dedos pra me explicar – pacientemente – o que quer dizer “logo!”.
Músicas salvam, como no meu sentir faz toda arte.
E agora mesmo eu tava pensando numa do Chico..
“Hoje o inimigo veio me espreitar
/Armou tocaia lá na curva do rio
/Trouxe um porrete a mó de me quebrar
/Mas eu não quebro porque sou macio, viu”..
Tá tudo certo no que vivo, queria só que fosse mais ágil essa passagem,
derramamento da nossa história nas calçadas para o esquecimento.
Talvez o fogo prum escape mais rápido desse perdido combustível..
(nem as recordações aguentam mais serem e não serem mais)
Não monto mais espera, não desejo mais acasos, não esbarro mais com peças nossas..
elas se retiraram do espaço onde vivo no mundo.
Meu perfeito é desfigurado e isso me acalma para continuar vivendo num planeta tão cheio de intervenções que não entendo.
Quero amar, mas ainda oscilo em completar o esboço.
Sugiro ajuda, peço auxílio à música, às proteções que sei que tenho,
que façam por mim o que eu quero mas ainda não sei direito como fazer.
Ou demoro a aprender ou a minha viagem é essa mesmo de nunca saber..
quinta-feira, 16 de abril de 2015
adiante
Amanheceu.
Às 19h30 mais um vislumbre de que resolvíamos assuntos entre o céu e a terra.
Um fim continuado, em trajes de despedida.
Não mais.
Ao mesmo tempo, foi-se – e vem.
Porque somos o perdido – e eu prestes a achar.
Essa página, rasgada, amassada, chorada, sofrida, mutilada.. que diz, sussurrando calma, “não sou mais”.
Fui o amor.
E o amor é aquele instinto lindo que mata.
Ou o bicho afetuoso que engole aos pedaços.
Nele é mais à pele a conjugação da vida-morte-vida.
O amor faz tudo isso. Se paro no caminho, só sei uma parte.
Agora que não posso mais olhar pra trás, que alívio.
Liberdade de só ter à frente, o adiante.
Meu prosseguir tem seta destinada à vida!
terça-feira, 14 de abril de 2015
rotina
De manhã tomo café. E algo no ar está diferente. Desde ontem.
Estou parada, mas sei que há movimento.
Em mim se processa o passado, o tempo, a saudade, o medo, a beleza, o silêncio, o amor.
Ontem não deu pra fazer mercado. Voltei pra casa e fiquei parada, escutando o mundo que me chegava por sensações.
Li coisa ou outra, senti o tempo nas horas que avançavam, madrugada.
Vou guardar as caixas, as cores dentro das caixas, as letras dentro das cores.
Guardar não é esquecer, mas acomodar longe do tumulto, descansar.. não preciso mais correr, não preciso mais chorar.
No seu tempo, precioso em compreensões, o corpo volta a respirar.
Sente o ar vibrando, sente a potência da vida.
À noite eu sinto fome. Algo no ar me dispersa.
Acho que são os pensamentos reforçando tudo o que eu não sei, tanta coisa assim.
Um banho, uma reza, um cheiro.. a vida segue, dentro de mim também.
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