quarta-feira, 9 de maio de 2018

shiruvana


Lembro de mim aos 18 anos, não me importava com o amor (casal). 1986 eu pensava em movimento estudantil, não ligava pra virgindade (nem pra não virgindade), não fumava maconha, bebia cerveja quando tinha dinheiro (poucas ocasiões). Não vivia ou não enxergava uma realidade que parece que ainda era vigente à época, a de que moças deviam casar.

Eu não pensava em casar. Fazia faculdade, ia fazer a Revolução, casar eu não ia.

Passou um tempo e eu me apaixonei. Paixão não é amor, Sagitário tem paixão no altar dos desejos, pega a gente pelo pé, mãos, sexos, poesia, intensidade, finalidade. Eu não ia casar nem pensava no amanhã, mas estava apaixonada e tudo era isso!

O amor dá sinais que é bom parar, ou não seguir por ali, dar a volta, recalcular, desistir do percurso quando o percurso não é bom.
O amor ajuda, ensina. Mas eu não sou chegada a entender esses sinais de prudência, acho que nasci paixão com ascendente em paixão.

2018. Eu casei. Destoei do vestido de noiva, papel, cerimônia. Caí nas ciladas menos óbvias, cipós sociais que nos enlaçam, sem a beleza das árvores da Aline.
Depois separei pra caminhar de volta, fazer o caminho de volta pra mim. Tantas bobagens que eu fiz ou vivi, o amor avisa, eu não banquei escutar o que eu ouvia.

De longe se vê melhor. De fora se entende melhor.
Aos 49 já me importo com o amor, mas a paixão continua sendo a melhor estação das cores. Escuto e vejo tantas ciladas afetivas que uma quarta-feira só não dá conta.

Comecei a escrever pra tentar me entender nesse emaranhado de sugestões que são oferecidas pra hoje na busca do amor, da paixão, do encontro, da junção, companhia, diversão, solidão..
Não sei do meu lugar ainda, talvez não ligue, como aos 18..



















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