terça-feira, 28 de novembro de 2017

esse caminho


(Itacaré-BA)

Tô eu aqui esses dias pensando na existência e na passagem das pessoas na minha vida.
Na movimentação das energias mexendo com afetos e com des-gostos!
Do que um dia foi um abraço, agora desenlaça-se, para circular em outras paragens, e possivelmente não mais me amar.

- Quando a gente muda e não quer mais a outra, o outro, por perta? -

Eu era de olhar e deixar partir;
era de entender o mundo maior que a minha rede, precisando que circulássemos por ele para balançá-lo;
era de não tocar no meu abandono, me achando ser o que tinha aprendida a ser, sozinha.

Agora há um manto,
que me deixa lamentar como as pessoas vão embora,
não me bota forte nem superior,
não fala, não gesticula,
está na composição do meu silêncio, e do meu olhar que tenta
Despedir-se.

De amor que passa pelo fogo e se extermina.
De carícia que até esqueceu a textura da pele.

Des-amar pode ser um comprimido.
Bebo a ti todas as manhãs.

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