sexta-feira, 9 de novembro de 2012

sobre o mar

queria dormir
não para descansar,
mas para achar outro mundo
reparar o desconhecido que habitava em si

acordava duma madrugada de tarde
e sabia o que havia lá: liberdade!
do outro lado, de cá, já eram movimentos desconhecidos,
voltaram pra caixa do esquecimento-nosso-de-cada-sonho

e ela optara por não anotar
ou buscar a chancela terapêutica
guardou para o nunca e nem para si um segredo

de volta,
a casa com barulhos
sem respiração ofegante
sem teto
com brechas
esperas
e paredes que desapareciam ao apagar a luz

memória que se apaga
vela de mim mesma
eu,
fogo instável e em sumiço
esperando quem saiba amar





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