segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

a história que eu ouvi de um barquinho no porto


os meninos se aventuraram, lançando-se ao mar, num porto para seus sonhos e desejos de criança.
nadavam em liberdade expressa, transgredindo a rigidez dos homens da outra margem. na garrafinha descartável, o segredo, o mistério, a promessa de um tesouro. infância, brincadeira, alegria. uma aliança encantada, arremessada em braçadas longas, em sorrisos.
chegando ao navio-barquinho, piratas, roqueiros e ninjas, de longe avistando o futuro, sem qualquer pressa em sê-lo. não há compromissos firmados, a imortalidade se resume àquele encontro, àquele momento, ao amor daquela visão do mar. quantos meninos-piratas, meninas-sereias, meninos-de-cachos, meninas-de-saia, conhecerão ainda esse encantamento?! um enredo de prazer apostos, dispostos a desbravar as águas pela promessa boa.
sal no corpo, mar na alma, o pensamento seguindo as pistas da fumaça, sem nada para proteger-se. desnecessário proteção. é seguro amar, ainda que perigoso aussi. os meninos, destemidos, lutam contra seu inimigo armados pelas fantasias, invencíveis, ainda que vulneráveis. o amor insiste-lhes instabilidade, insegurando-se assim ao movimento azul..
navegadores também de outros cantos, inscrevem nas suas saudades as iniciais dos primeiros amores, de lá - nem tão longe - da infância. nessa aventura, chama-se liberdade cada inspiração mergulhada, e banharão nos bares e coxias as águas do nosso tempo. é a memória alegre que vai percorrer 2012 e seguintes, contada a história por esses marujos.
espada de madeira, barquinho de papel. tesouro principal escondido no peito de cada um, coração.


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