sábado, 22 de janeiro de 2011



O Elefante cumpriu seu percurso. Dois anos depois, morreu.
Conheci-o no cimena, parte enfeitante de uma história de amor. Encontrei-o na livraria, tão imediato quanto me permitiu minha auto-censura financeira(- outro livro?! mas ainda nem leu todos que comprou no aniversário?! olha o gasto fora de hora, não é hora de exagerar!!!)
Viajaram o Elefante e seu cornaca comigo até Fortaleza. De lá para o Araújo e pro Icaraí. Voltamos a Salvador. Do stiep para o comércio, quase todos os dias, e o trajeto de volta também.
Botei entre suas patas (páginas!) uma foto minha, aos 10 anos de idade, um sorriso lindo, um menino alegre.
Hoje o Elefante deu seu último passo no meu coração. Saramago também morreu, como Salomão.

Eu vou começar outra história, por mais que tenha dificuldade em despedir-me da última.
Estou sentindo um toque na pele de cada vez, pois não há mais futuro.
Terminado o tempo que virá, só o Agora toca a minha pele, beija meu corpo, despede-se e conhece-me no mesmo encontro. Somos hoje essa mistura de adeus com ainda não.
Mas eu sei porque ajo assim. Ainda que não saiba explicar, nem catalogar em ordem numerada correta os motivos, sei que precisamos desmanchar essa estrutura.
No desmonte, sei do risco de perder partes importantes, e nunca encontrar outras para substituí-las. Mas ainda assim eu sei que preciso fazer.
E por isso faço!

Por fim, o Elefante Saramago me conta o que leu em outro lugar: sempre chegamos no sítio aonde nos esperam.
Não sei onde, não sei quem, nem como será, mas é pra lá que eu tô indo,
É pra lá que eu vou!

2 comentários:

  1. fiquei tão impressionada com esse post que vou contar minha história com o elefante. também o (re)conheci no cinema (será que no mesmo filme?), onde não chorei com a história de amor, mas caí em lágrimas quando ele apareceu na tela. um tempo depois, sonhei com esse livro de Saramago, fui lá e me dei de presente. isso foi no último Natal. comecei a ler no primeiro dia do ano, terminei no meu último dia de férias em Salvador, no dia de voltar pra São Paulo. me fez um bem enorme, vejo que a você também. entro aqui e me identifico muito! acho que estamos traçando caminhos paralelos pra chegar nos sítios onde nos esperam.
    :)

    um beijo, querida!

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  2. o filme que vi foi o documentário José y Pilar, feito por um brasileiro.. já fiz um outro post aqui sobre o impacto desse filme em mim.. e é curioso que a gente trilhe passadas tão parecidas, num tempo tão parecido, em cidades tão coladinhas.. dá até pra imaginar que somos de tribos vizinhas e que um dia, no sítio aonde nos esperam, nos encontraremos, Paulinha! bjs,

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