sábado, 26 de setembro de 2015
cabelas
Todo dia se reescreve com uma nova história
Meus cabelos crescem. Vermelhos, como é da minha natureza.
São a manifestação mais corporal em mim de que o tempo passa,
que eu me renovo,
me transmuto,
me permito,
me liberto.
Resistem às dores, prolongam os fios.
Enlaço pelos dedos, andando na rua, o pouco que ainda é preciso contar.
Dos tempos que passamos Lua entre bares.
Não explicávamos.
Poesia não explica.
Enquanto perambulo ideias, meus cabelos enrolam os dedos, na força vermelha de me reconstruir.
Fiz o caminho de volta, olhando nos olhos do tempo.
Vou pelas ruas - eu na imaginária - desenhando o que foi e o que virá,
história que é minha com e pela cidade do Salvador.
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Os modelos patinam em uma pista, eu – e tantas – em outras.
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