certos dias me perco de mim
em certos dias - infelizmente os mesmos - perco o mapa que me leva alegremente até a minha casa
são nesses dias também que perco a vontade
perco a esperança
perco dinheiro
perco o sorriso
perco os fiapos de ligação com outras pessoas
então peço: não se aproxima, chave
às vezes não peço, sem força, e acabo machucando
ferindo
maltratando
marcando com dor desnecessário cabimento
tudo no outro, assim em mim
me deito e me destruo
nesse apelo largo de adormecer para o outro dia acordar em mim
sem analgésico, durmo pra me esquecer
pra essa dor perdida achar outro rumo e me deixar
pra que não doa, durmo
hoje acordei e ainda era hoje
puxa!
segunda-feira, 29 de abril de 2013
domingo, 28 de abril de 2013
para dançar, chuva!
e toda vez que chove,
me removo de onde estou (esmalte de unha)
e começo tudo de novo
água, água, água
mas outra,
molhada por novas ideias
outros espantos
novas esperanças
quero molhar a foto
a casa
e a casca do corpo que habito
quero entender,
- e o amor me diz que primordial é vivenciar
é!
e toda a confusão
e desafio dessas profissões insolúveis,
1. labirinto de amor e culpa, a maternidade
professo amor, incendeio culpa
o mundo, esse meu sem dono, me des-aprende muito
vou indo,
depois reajunto ou desorganizo
a dança
me removo de onde estou (esmalte de unha)
e começo tudo de novo
água, água, água
mas outra,
molhada por novas ideias
outros espantos
novas esperanças
quero molhar a foto
a casa
e a casca do corpo que habito
quero entender,
- e o amor me diz que primordial é vivenciar
é!
e toda a confusão
e desafio dessas profissões insolúveis,
1. labirinto de amor e culpa, a maternidade
professo amor, incendeio culpa
o mundo, esse meu sem dono, me des-aprende muito
vou indo,
depois reajunto ou desorganizo
a dança
terça-feira, 23 de abril de 2013
a fonte
poço.......................... de olhar e de silêncio
posso................ do incompleto ao tudo
desassossego,
paixão,
esquecimento
tragam-se todos.......................... sejam-me tantos...................
sábado, 20 de abril de 2013
luz do 1º olhar
Chove aqui.
A casa é coberta. Por todas as janelas, portas, vidros, a água escorre de mim. Do tempo, aquela senhora que me acompanha, desde o sonho até a cama. São os meus sentires que balançam os galhos da árvore da frente, e a rede enfeitada de amor.
A casa plantou um jardim na minha vida. Fez também uma farmacinha pra curar meu medo de viver. A casa me protege, me desnuda, me guarda e me joga na rua.
Quando chove aqui, parecemos chorar juntas a alegria do chão.
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...
chuva
casa
alma
coração
segunda-feira, 8 de abril de 2013
aparências - cordel dos curiosos, pergunta-me o amor
esse lugar que é tão nosso e tão fugaz foi
nesse mundo que é só meu. tão só meu
(por todas as mentiras, olhares, sufoca a vontade de saber. pra que saber?)
terça-feira, 2 de abril de 2013
dois confetes - chãos
Sou
Eu sou
Um caso passageiro
Um meandro
Um sujeito.
Alguém
Um efeito passageiro
Uma lua
Uma sujeita
Ninguém mesmo.
Uma sugestão
Um placebo homeopático (ou alopata, a depender do paciente)
Um desconforto rápido
Um fetiche
Uma ilusão
Uma aventura
Assim na terra, como no fogo. Assim sou, como você.
Uma dúvida
Uma implicância, impaciência
e para depois um esquecimento.
Um sonho
um delírio um deja vu
Un secret
Un poème
Um bicho mal fadado à solidão
animal desacompanhado, desapercebido,
estranho, de tão comum.
Incapacitado como uma pata ferida
doente, queimando os ossos e os dentes sem refúgio ou progresso. Desordem no quarto, sou o prumo do que não sou.
Não sei se me resta tempo ou experiência, ando impaciente. De tantos objetos esqueci: relógio, cabelos curtos, sapatos novos.
De outro modo, ainda me tento. Umas minhas, da infância à outra criança. Amanheço para aprender e me ensina quem me joga para fora da estrada. Sei vagar, talvez não saiba mesmo é ser.
E ando velha, escorregando no passado.
E ando louca, sonhando ser.
Grifando na poesia, gravando na parede, cravando delírios nas costas alheias.
Sou passageira, amigo, passageira
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