sem saber ir embora
fico 20 anos em cada lugar
no mesmo lugar, ainda que doa a causa,
machuque o corpo,
ou desande a alma..
a cada 20 anos troco de estação,
me apaixono por outra de mim,
arrepio o cotidiano e pulo..
ou mergulho!
hoje de manhã senti de novo..
olhei pro lugar onde trabalho e não reconheci nada,
nem mesmo as coalizões que havia feito sobre o sustento da família
inexplicavelmente meu ombro direito começa a doer, maltratando também a minha consciência
é estranho
preciso de novos acordos
20 anos novamente não me bastam mais
vou pra onde, trilha?!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
suspiro, o doce da minha avó
minha alma não faz rodeios - parece que me diz, e eu pareço que sei o que quero.
o olhar que acha, que sabe que achou. O agora, depois que o pra sempre dilui-se no passado. No mesmo lugar onde o nunca mais é seletivo e hábil.
Fiz a rede na varanda e lá só preciso da brisa. Compromissa-me o prazer, sou deleite, romance e cara lavada.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
livros e outras chantagens
presta atenção, silvana, que o amor não é acadêmico
e que os quadrinhos que enfeitavam teu dia no século passado seguiram papel adentro, com suas próprias estórias
presta atenção, também, silvana, que amar não é profissão
não é título para desempate
não é sustento nem subvenção
e, por fim, e no começo do dia, espie e entenda que não é possível agradar ao mesmo tempo nem meia dúzia de pessoas das mais queridas.. que ouvir queixas, acusações absurdas e lamúrias descompensadas não te deve apagar os trilhos por onde ias seguir sorridente e tola
a ti pertence tua vida e teu coração!
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
cine ao domingo
Mudar o lugar dos móveis.
Mudar a ordem das coisas.
Parar de dar ordem às pessoas.
Mudar o patamar, o conteúdo, o padrão.
Mudar a estrutura do pensamento. Verter água na rigidez do movimento. E amolecer corações para depois amarem.
- Devora-me mordiscando com prazer cada pedaço doce.
- Mastigo sôfrega cada fio teu que consigo admitir.
Do amor, sei que engole aos pedaços e não sobeja o prato. O amor elabora a fome; e espera a satisfação da ânsia. Espera o seu momento de engolir.
O amor me trouxe aqui e por amor não sei para onde vou depois.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
casa que não se abandona
(Para Thiago L.)
Eu, que não presto.
Sou feitinha assim da beleza das minhas contradições.
Uma tralha de inutilidades, pedaços inservíveis, restos de músicas, mulher sem razão. Escuto o meu homem-menino e sorrio.
Depois sou refugo de saudade, riscos insubordinados pelo corpo, mentiras exaladas pelo suor. Sou de verdade, mas minto bem!
De ser jarro usadinho no meio da mesinha auxiliar, prefiro. Sou eu. Lasquinha
tirada na hora da limpeza, restos do tempo colados na entranha. Poeira, como chamam. Entre adornar e utilidade, o de antes. Sem ter função, enfeito. Sem ter beleza, divirto. E quando resolvo chorar, sorrio. Brinco com a luz, porque já senti a memória das minhas sombras no peito, algumas vezes.
Pois se não presto pra nada - como me elogias - estou feliz por você me captar. me viu como eu quero ser vista! Esse é o nada que me interessa, aquele que une meu corpo ao seu. Recheio meu travesseiro antes de deitar, minha cama em tua presença, todos os meus retalhos ali desalinhados. Na minha desordem, suspiro, respiro. Alfazema, blusa rasgada, camomila, papeis espalhados, amor, você.
domingo, 6 de janeiro de 2013
achando-se em passarinho
o meu emaranhado é só meu, é comigo mesmo. dois corações verdes uma linha tênue. quando eu enredo outros na minha confusão, fica tudo mais confuso, difícil de desenlinhar. e os outros não têm função vital no enlinhamento - a linha já era tênue, os corações já eram verdes. tirando os outros colares, desvencilhando-os dos meus nós, é mais justo e mais fácil. fica só eu, e, com paciência, vou me desconstruindo confusa.
e me trazendo de volta possível, desemaranhada dos outros, possível em mim.
e me trazendo de volta possível, desemaranhada dos outros, possível em mim.
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