sexta-feira, 30 de setembro de 2016
por onde Tempo caminha
Já perdi pra morte, acho mais suave pra perdoar
perder pra vida provoca estilhaço maior
anos depois, quando a gente pensa que já varreu tudo,
queimou tudo,
transmutou tudo
uma fagulha é suspensa no meio do sonho
e volta a doer o membro amputado
volto a chamar de saudade o percurso
e perambular papeis com letras tortas
mistério
esse Tempo vivo
amor perdido por aí
preciso tomar um banho de mar..
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
vindo
Deite-se comigo em águas profundas.
Sem pressa.
Devagar, colocamos a ponta dos pés no rasinho
Nas doces. Nas salgadas.
E sentimos o frescor do começo,
displicentes do susto que é duas.
Sentimento é nossa boia, roupa de banho e orgia.
Mergulhamos então, despreparadas e inocentes da fundura e do silêncio.
Só rede nos balança, útero do nosso re-começo.
Deito-me contigo.
E não sinto mais medo.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
la madre
não é paraíso,
mas mãe é um esteio, uma dignidade.
leve o Tempo que levar para que isso seja compreendido, melhor, sentido..
mas re-conhecer a outra parte do cordão, onde o umbigo se fiou pra dar prosseguimento,
é uma ode e uma graça a ser reverenciada
penso aqui e sinto muito por todas aquelas que não puderam conhecer,
ou pela trajetória não puderam amar
Perdão.
re-contemos a história, de cabeça baixa e muito respeito às que não puderam
lá à frente, Oxalá, possam
não faço dessa condição o baluarte de ser Mulher. Sou Mulher muito antes.
não penso em mim-mãe, sinto aqui a mim-filha
e a toda essa magnitude da Natureza que nos disponibiliza gerar, alimentar, bi-partir-se em outro ser, Amor
Grata a minha Mãe, que eu nem percebi ao certo o toque, perdida em minhas perdas ancestrais
Grata.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
entre partidas
Em respeito ao Tempo
As despedidas são silenciosas.
De longe, acompanho a normalidade que é partir.
Voltamos pra casa, em rumos distintos.
Que sempre haja estradas e casas para sermos.
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