terça-feira, 28 de junho de 2016
percurso
Admiro qualidades que meus filhos tem.
Minha filha. Meu filho.
Não são como qualidades, são atributos naturais, das gerações, talvez. E delas mesmas.
Meu filho. Minha filha.
Numa conversa à toa, ele me fala com tranquilidade algo que eu não faço ideia de como ele sabe. Ele sabe.
Num passeio na babilônia, vejo nela uma atitude que eu não faço ideia de como chegou ali. Ela chegou.
Quem pretendeu me ensinar – a sociedade do senso comum, historicamente – a me pre-ocupar com o futuro desde que filha e filho tive, nunca atentou para a potência que seres humanas são capazes de expandir, na simples vivência de serem.
Filha cresce. Filho cresce.
Enquanto outras crianças nascem, na balbúrdia do tempo, no compasso das horas das contrações, no desejo insistente de sermos protagonistas das nossas vivências, nossos partos. Mulheres que decidem parir hoje tem que abrir estradas para passarem com suas crias nos braços, lobas na defesa e no ataque, contra qualquer violência que não seja a de ver nascer.
Não há garantias.
Nascidos, veremos. Minha filha, meu filho.
Amadas, sentiremos. Meu filho, minha filha.
Andei e ando pra chegar em casa. Ela é um pouso. Ele é uma estadia. Ainda não estou em casa, mas o conforto do amor me ajuda o trajeto.
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