Fico por aqui olhando o tempo.
Manhã à noite, um tempo de escuta.
Se dá vontade – dá pouco – vejo a rua de perto.
Ou a rua de longe, beem longe, como outro continente.
Mas depois de alguns outros tempos olhando entre olhos e águas a dor,
a despedida,
o fim,
o desespero,
o chão tão perto,
o mundo tão longe,
as noites tão longas.. hoje chegou e eu fico de pé.
Fico de pé e alongando a alma avisto que não há planos.
Não há projetos.
Não há lista, ou promessa.
Andando pelo tempo quente,
aqui e ali suando um corpo potente e ainda empírico,
vou colhendo percepções para sonhos e viagens a outros tempos.
Tenho tempo para amar de novo.
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