sábado, 18 de abril de 2015
silêncio do dia
No rumo da prosa, já vivo uns tempos sem você entre os meus assuntos públicos ou referenciais.
Menos que proibido, é que não há inserção necessária:
deixamos de ser, mesmo que meu coração ainda se confunda com isso.
Sem querer ser apressada ou negligente, venho tentando apreender outras formas de apreciar o tempo e seus passares.
Uma nova amiga me disse que o que é pra ser feito, que se faça logo!
O mesmo pro que é pra ser vivido, ou o que é pra ser deixado.
E ela estala os dedos pra me explicar – pacientemente – o que quer dizer “logo!”.
Músicas salvam, como no meu sentir faz toda arte.
E agora mesmo eu tava pensando numa do Chico..
“Hoje o inimigo veio me espreitar
/Armou tocaia lá na curva do rio
/Trouxe um porrete a mó de me quebrar
/Mas eu não quebro porque sou macio, viu”..
Tá tudo certo no que vivo, queria só que fosse mais ágil essa passagem,
derramamento da nossa história nas calçadas para o esquecimento.
Talvez o fogo prum escape mais rápido desse perdido combustível..
(nem as recordações aguentam mais serem e não serem mais)
Não monto mais espera, não desejo mais acasos, não esbarro mais com peças nossas..
elas se retiraram do espaço onde vivo no mundo.
Meu perfeito é desfigurado e isso me acalma para continuar vivendo num planeta tão cheio de intervenções que não entendo.
Quero amar, mas ainda oscilo em completar o esboço.
Sugiro ajuda, peço auxílio à música, às proteções que sei que tenho,
que façam por mim o que eu quero mas ainda não sei direito como fazer.
Ou demoro a aprender ou a minha viagem é essa mesmo de nunca saber..
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