segunda-feira, 10 de novembro de 2014
para o filho
Hoje foi um dia surpreendente, como foi a surpresa da sua chegada, seu nascimento, sua existência corporal nesse mundo, como meu filho.
Hoje estivemos juntos a maior parte do dia, partilhando os sorrisos, as ideias, verbalizando os sentimentos, as opiniões. Estivemos juntos em abraços também, nos presentes que fui lembrando e te entregando, todos tão pensados em você. E nos beijos, e penteando os cabelos, ouvindo música, e sonhando..
A casa se avarandou – por dentro e por fora – de luzes coloridas. Recebeu jovens portão a portão, chegada a chegada. Você me disse que queria receber a todos, um por um, abrir a porta para cada um que chegasse. Acho isso um reconhecimento lindo, a importância que tem cada pessoa que você convidou para estar com você na sua casa, no dia do seu aniversário.
Fiz – como já é tradição – um café da manhã especial pra você. Guloseimas, carinho, toques especiais, devoção, velinha acesa, levei a bandeja até o quarto. Depois lembrei e peguei uma sacola com alguns presentes. Depois lembrei e desci pra pegar a medalha do Opáxoró de Oxalá. E assim fui lembrando, e trazendo.. até que chegaram as revistinhas.. Aqui outra conexão se fez nesse dia tão especial. Lemos juntos algumas estórias. Na primeira, o Cebolinha conclui com a sua mãe que a gente faz festa de aniversário por GRATIDÃO aos amigos pela existência deles.. Eu nunca tinha pensado nisso, e é tão verdadeiro pra mim. É lindo entender que o dia mais bonito do nosso ano deve ser pensado para receber e agradar aos amigos, pessoas tão importantes para a nossa manutenção no mundo!
E assim o Vini recebeu os seus aqui em casa, ao menos parte deles. E no mesmo tão importante dia, abriu o ano vivenciando sua autonomia, reivindicando seu espaço, sua vontade, seu jeito de ser ao mundo. Como eu digo, ‘fazendo do seu jeito’! Escolheu o cardápio, as músicas, o filme, a comida, a bebida, as pessoas.. Aprendeu que nem tudo sai como no roteiro, e isso é coisa boa de se aprender.
Foi dormir bem cansado e já tarde. Só amanhã é que vou – tentar – saber que aprendizados teve, se se divertiu, como reflete o dia na sua vida. Já na minha, fico por aqui pensando, matutando, aproveitando o silêncio da madrugada: as luzinhas piscantes que enfeitaram e iluminaram coloridamente nosso casa são como todos os sentimentos que tenho hoje por esse menino, suas construções e execuções, seu mundo interno, o nosso encontro. Sou toda luz e cor por ele, é lindo vê-lo crescer, é forte ser mãe dele, é mágico todo o mistério que somente vislumbro, e que talvez seja só pra ser assim mesmo.
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