quinta-feira, 25 de setembro de 2014

poema de fim


às quartas eu visto vermelho
às quartas se ama
às quartas se derrama
às quartas se vai ao cinema
às quartas se perambula pelas ruas do centro da cidade
às quartas se toma café
às quartas se passeia pela Barra
às quartas se sonha
às quartas se foge do que eram as quartas
às quartas se dorme fora de casa
às quartas se devolve ao mundo todo o amor
às quartas se acham-se em outras camas
às quartas se apaixonam-se
às quartas se lava a roupa, lava a alma, lava a vida

as quartas não têm passado
as quartas não têm futuro

às quartas, tão sem rumo
sem paradeiro
sem saber porque outro e não eu - mesmo que em algum lugar eu saiba
os gritos que gememos dentro do corpo vazio
precisam nos ensinar outro caminho, tão bom e bonito como os de quarta

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