segunda-feira, 13 de novembro de 2017
à noite, domingo
Vou a Itacaré, a Bologna, a Porto, vou até você
Você viaja, viajo em você
Você não me convida, fui esquecida, digo que vou te esquecer
Não há razão para não amar quem já amo, mundo escasso de sentimentos assim
Ainda – assim – queres que eu não queira
Rejeita o que por aí anda tão pouco usado
Sou tua, sem a posse e sem recomeço
Mas se não tenho teu endereço, não posso chegar
Se não me convidas, não posso entrar
Você viaja, eu te guardo no coração, para depois
Como na geladeira, na prateleira, na gaveta
Colecionar amores tardios e perdidos, sem tempo, sem localização precisa.
Perco-me, falho na fuga, no esquecimento, na raiva, no abandono
Desperdício de amor, re-luto. Mas é vida que segue, enterrar para nutrir a terra do que fomos de boa.
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