segunda-feira, 26 de junho de 2017
a noite
Hoje eu quero dormir mais sozinha.
Pro lado de fora do quarto, expectativas alheias, vitimismo forçado socialmente.
Fecho a porta do meu quarto; do que tenho, quero ficar só.
Fiz algumas pazes, me reconciliei com mistérios, abrandei ressentimentos, amenizei os adeus.
Aceitei as partidas, ensejo-me inteira.
Durmo só, inteira. O pensamento não está lá, o afago está aqui.
Imagino, num lugar distante, quiçá outro mundo, um marinheiro repousando no mar, no movimento que o mar traz aos sentimentos.
Sou eu. Sou ele.
Aceito minha fé, desconhecida do rumo, do sujeito, do paradeiro.
É quem sou. Gosto de ser quem sou.
Deito em cada dia que quer adormecer ao meu lado, no silêncio, velha e louca.
Venho de longe, e ainda demoro a chegar.
Me distraio em meus tropeços, uso álcool também por isso, distração, amor e fuga.
Sei que há o meu caminho, e ele tem água.
Desenhei barco no corpo para que eu tenha condução em mim;
e folha para balançar na terra também, não ser tudo sempre uma coisa só.
Sou mais que uma coisa só.
Aceito partidas.
Ensejo-me inteira.
Aguardo chegadas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário