quarta-feira, 26 de outubro de 2016

astral





Dois anos atrás meu rumo foi andar, viajar pra olhar de longe o que doía dentro de mim.
Em casa, nas mesmas ruas, mesmos bares, mesmas praças e calçadas, eu não conseguia pular pra fora da tristeza que era perder um amor.
Brechava o Tempo, arrumava a mochila, partia.
Voltava, brechava de novo, ainda saudade, ficava por aqui de joelhos, cabeça perto da terra, chorando pra dormir, até o dia de sair de novo.
Minha casa era um manto de lembranças, o trabalho de roupá-la em outras emoções era lento e necessário.

O amor engole aos pedaços, despedaça quando se desnorteia da razão de ser em mim.
Para não tratar somente - ou criar - sintoma (homeopatia ativada), fui pra longe, fazer carinho em mim, pela intervenção de outras árvores, paisagens, afeto de mulheres que me cuidaram por existirem.
Não era pra curar, Amor não é coisa de querer fora do corpo, mas pra ajeitá-lo em outros tons.

Não parei de viajar, nem quero! Mas os propósitos se fazem outros, falam mais das minhas buscas, do adiante. Fala sempre de Amor.
Lembrando disso agora porque?
É que é o Tempo de nova virada espiral daquele ano de 1968. Um mês pra queimar as redondezas. Aniversário para novos passos, sonhos, e as lembranças são ancestrais.

To chegando aí, Tempo!

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