quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

dia de chuva


Arrancar da pele os ossos d'um amor
Não é suave - mesmo sendo pelas águas - porque a pele reluta em ceder suas memórias para o passado, para o distante
Tem os estrondos da madrugada com chuva. Arrastar o denso do sensível; minha pele, fina, agarrando-se a velhos ossos, tanto dores quanto beijos, mais amor que injúria.

O que eu, já cansada, peço às águas.
O que as águas tentam explicar à pele.
O que a pele, aos dentes, dificulta-se aceitar.
É que o tempo do passado reclama seus objetos para poder partir.
É que o tempo do agora, eu, preciso dos espaços de verdade como eles estão.

Posso guardar uma foto. Não outro corpo dentro do meu.

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