O trabalho é só meu.
Mas eu adorava o conforto do amor do outro, adorava o reflexo.
Duas Marias, outras marias.
O de fora cantava, eu nunca cantei.
O de fora era jovem, eu sempre envelheci.
O de fora, poeta, olhos como os meus.
Eu não precisava me esforçar, tão bom olhar-se nos olhos do outro.
O reflexo era mais nítido e bonito que a imagem.
Eu pincelava meus traços, mas não precisava finalizar, era tão confortável ser no outro!
Voltar o caminho árido sem distração foi 2014.
2015 é a mesma pedra, mesmo sertão.
Essas flores, na casa, são memórias.
Desejo muito chegá-las, tocá-las, sentir-me.
No jardim, sem a mão do outro, minhas mãos não têm fim.
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