queria dormir
não para descansar,
mas para achar outro mundo
reparar o desconhecido que habitava em si
acordava duma madrugada de tarde
e sabia o que havia lá: liberdade!
do outro lado, de cá, já eram movimentos desconhecidos,
voltaram pra caixa do esquecimento-nosso-de-cada-sonho
e ela optara por não anotar
ou buscar a chancela terapêutica
guardou para o nunca e nem para si um segredo
de volta,
a casa com barulhos
sem respiração ofegante
sem teto
com brechas
esperas
e paredes que desapareciam ao apagar a luz
memória que se apaga
vela de mim mesma
eu,
fogo instável e em sumiço
esperando quem saiba amar
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