sexta-feira, 30 de julho de 2010

Igrejinha - no Pati


Abaíra, limão e mel. Um aroma gostoso de gente chegando na vida da gente. A gente se agarra nas melhores lembranças pra sorrir enquanto 'sofre' na subida do Vale do Pati. Chega uma hora que eu penso que até pensar consome ar.

Uma luz aqui, outra ali. A lua em silêncio, com preguiça; ou olhando tudo por trás da cortina. A lua fazendo de conta que sou eu.
"10 pessoas cozinhando pra 60 esperando comer." - alguém profetizou!
Chão de cimento, parede caiada.
É gente passando por todo lado, procurando terra sem pedra pra pousar barraca.
É gente preparando comida, e grandes mesas de madeira para as refeições coletivas.
Grupos grandes, grupos pequenos.
E uma intensa esperança que a gente não sabe por onde, são sabe desde quando, nem porque começou. Só sabemos que queremos, e seguimos.

Quando a gente chegar vemos para onde fomos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vale do Pati


Amanhecendo o tempo da gente se gostar mais. Demais. Uma beleza arranjada de outro planeta, de outras vontades. Quase nada perfeito, e um sorriso contente pelo que se tem e pelo que se vê.
Mais que isso, amor.

domingo, 25 de julho de 2010

estes últimos 05 dias.. a primeira escrita foi assim:


Esta é a vida em que eu não viajei.
Cheia de resquícios, memórias e vontades. Mas, na chegada, começaram as decisões para direção contrária. Sempre disse que foram ocasionais, irresponsáveis, impensadas. Agora acho que não. Que foi um instinto programado, um casamento arranjado em outra esfera, anterior. Tinham que ser executadas sem muito pensamento, por impulso, porque não eram exatamente da minha natureza.
Minha natureza é nômade, nada gregária. Vim e fiz família! Muito cedo, um emprego grudado na estabilidade, marido, filhos, casa fixa. Muita clausura angustiada pra entender tantas opções aparentemente absurdas. Muita culpa por ser e não ser. Até vislumbrar entender que sou a mãe que posso ser, dos filhos que me escolheram. Tudo em ótica manuscrita, labirinto torto. Quarenta anos batendo cabeça sem show de rock.
Agora olho com calma tudo que não foi vivido.
Não é retrospectiva, apenas um olhar passageiro. Um copo de equilíbrio entre tantos outros ébrios. Um corpo viajando com a calma de quem não precisa ir a todos os lugares, gosta mesmo é de respirar um sorriso e pensar 'quando a gente chegar, vemos pra onde fomos'.

terça-feira, 20 de julho de 2010


Primeiro ela era uma casa do tipo 'tudo-que-eu-sonhava'!
Depois, tive medo dela
Era uma casa grande, uma casa cheia de estórias. Uma casa que, para ser abraçada, tinha que ter um coração grande.
É uma casa com personalidade. E estilo. Não quero com isso dizer que seja prepotente ou arrogante. Mas que tem seus segredos, e seu tempo de revelar-se. Ela é. E como acontece com filhos, a escolha é mútua. Ela também me escolheu! Não envolve só grana, mas também determinação.

Pra mim, foi como a onda gigante dos meus sonhos recorrentes. Assustadora, mas inevitável do ponto de onde eu estava. Diante dela, eu tinha que percebê-la, encará-la, mergulhar nela.

Nela cabe tudo. Cabe tanto que eu me perco. E volto, primeiro encolhida, pra me questionar se posso tanto, se mereço tanto. Aos poucos - e aos meses - desenrolo a espinha, e sinto meus pés no chão: a casa é minha, pronto!
Claro que, em minhas mãos eretas, uma geleia de sentimentos; mas, pão a pão, o pote já meiou. Quem sabe um dia acaba e eu o substituo pela única cor possível, vermelho-coração?!

quinta-feira, 15 de julho de 2010


Sinto certas dores que me eximem de outras. Estou pensando nisso..
Penso também numa tatuagem nova.
E em economizar dinheiro do meu salário.. o tempo todo! :)
Listo tarefas e as executo, sem angústia do tempo que tenho. Na volta ao trabalho, me adequarei.
Mas percebo que tenho a disponibilidade de ver o meu mundo (incluindo rotina) de outra forma. Isso é bom e dinâmico, ser capaz de produzir outras coisas, pensar outras coisas, querer outras coisas, fazer outras coisas. Andar outros caminhos na cidade, acordar em outros horários, estabelecer microrotinas de brincadeira.
Hoje me senti aliviada por ser capaz de tudo isso, mesmo após 18 anos no serviço fixo-estável-público. Porque me dei conta que as pessoas nessa situação, boa (muito boa) parte delas se caga de medo de qualquer mudança, qualquer alteração de rotina, qualquer risco. Quando me ponho a pensar sobre porque tanta gente cede aos apelos bobos e às ameaças vazias dos seus chefes-'patrões', chego estarrecida à conclusão do medo. Nem é de demissão ou punição, eu acho, é medo de mudança. Qualquer uma, mínima que seja.

Então eu percebi que, pra mim, nem tudo está perdido. Não sou uma funcionária pública no sentido 100%, roupas, hábitos e atitudes! hehehe. Isso me deixou mais leve pra sair piruetando por aí!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

e do que juro que não bebo, é do que mais tenho sede


Se eu fosse a vizinha, no que estaria pensando agora?
E se eu fosse a outra pessoa, a amiga dinâmica, como agiria com relação às minhas unhas?
Como pensa o outro?
Como age o outro?
E se eu fosse melhor sendo o outro?
Se eu lidasse melhor com as minhas neuras e perseguições sendo a pessoa do lado, uma pessoa do lado para cada situação e dúvida.
A prática, no momento em que era preciso praticidade; a irresponsável e beberrona, no momento em que fosse preciso uns bons goles e levantar a saia; a justa por excelência e convicção, no momento em que não se podia titubear ao se fazer justiça.
Quantas de mim eu podia ser nos outros, já que em mim não me basto em dúvidas?!
Quantas soluções simples, bastando incorporar-me, ao largo de mim, na esfera do outro.
Importa agora o que parce ser, não o que de fato é.
De quantos galhos de árvore eu evitaria cair, quantos evitaria quebrar, sendo oportunamente outra pessoa.
Renunciaria ao amor pois amar ultimamente tem me dado mais vazio que ocupação.

Sem as pretensões do amor, posso parar de mim.
Esses remendos que me costuram precisam de um formato, preciso me reconhecer nesse mundo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

variedades


Sinto falta de um 'boa noite'. Sinto falta de tanta coisa que imaginei. Outras que sonhei. E umas que li. Além dos filmes, cenas de sentimentos e cores que eu também desejo.
Às vezes vamos, com o passar do tempo, resumindo tanto tanto os nossos desejos que até esquecemos de tudo que eram eles, no início. Viajar, estar apaixonada, tempo e espaço para escrever, diariamente, deitar na rede à toa, amar alguém e ser amada, uma varanda onde bata sol e sombra, um banco para sentar-se e tempo para sentir a brisa. Um coração em bem estar, descansar com as minhas escolhas. Não que o fim pelo fim. Preciso do fim para que haja novo começo.